quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Arcadismo II

O ARCADISMO

Arcadismo teve início
Lá no século dezoito,
Criou uma arte simples,
Pra combater o Barroco;
Procurando eliminar,
Destruir e desmanchar
Com seu exagero louco.
Essa Escola produziu
A arte simples demais,
Sem figuras de linguagem,
Sem exageros formais;
Retratava a natureza,
Mostrando sua beleza,
Seu sossego e sua paz.
Há outra marca importante
Presente no Arcadismo,
Que é a vida campestre,
Chamada de bucolismo;
Pelos árcades, cantada,
Propagada e declamada
Como um idealismo.

A mitologia clássica
E as normas renascentistas
Foram bastante usadas,
Como mais características
Desse nosso Arcadismo,
Há também racionalismo
E muita clareza artística.
A palavra Arcadismo
Foi assim originada,
Em uma região grega,
Mitológica: a Arcádia,
Onde já havia a busca
Do ideal de vida rústica
E natureza harmonizada.
O valor atribuído
À natureza, na arte,
Vem do pensador Rousseau,
Figura do “bom selvagem”,
Que o homem na natureza
Tem vigor e tem nobreza
Longe da sociedade.

Os escritores da época
Amavam a vida campestre,
Chamavam-se de pastores,
Dirigiam-se às mulheres,
Como sendo as pastoras
Zelosas e guardadoras
Da fidalguia terrestre.
O nosso bom Arcadismo
Teve aqui o seu preâmbulo,
Mil setecentos o século
E sessenta e oito o ano,
“Obras Poéticas”, a obra,
Cláudio Manuel da Costa,
O escritor desse encanto.
O índio como herói
Aparece em dois poemas:
“O Uraguai”, “Caramuru”
Trazendo grande dilema,
Pois o índio era malvisto,
Mas os poemas escritos
Findaram esse problema.

Os autores dos poemas
Citados, em ordem são:
Nosso Basílio da Gama
E o Santa Rita Durão;
Escritores competentes,
Os filhos da nossa gente
Que exaltaram a nação.
Havia também a crítica
Como no poema-sátira:
“Cartas Chilenas” que é
De Tomás Tonho Gonzaga;
Que criticou sem pudor,
De Minas, o governador,
Em suas famosas cartas.
Logo depois da chegada
Da comitiva real,
Mil oitocentos e oito,
A ânsia intelectual
Foi bastante difundida,
Tornou-se amadurecida,
Veio o primeiro jornal.

Correio Brasiliense
Foi o primeiro jornal.
Surgiram também revistas
Pra melhorar o astral;
Novas escolas criadas,
A Imprensa Régia fundada
E a Biblioteca Real.
Houve autores importantes
E também bastantes obras:
Tomás Antônio Gonzaga,
Cláudio Manuel da Costa,
Basílio da Gama e então,
O Santa Rita Durão,
Autores que nos consagra.
Cláudio Manuel autor
Do poema “Obras Poéticas”
E do livro “Vila Rica”,
Que é uma obra épica;
Tomás Gonzaga escreveu
A “Marília de Dirceu”,
“Cartas Chilenas” da época.

O Basílio é o autor
Do épico “O Uraguai”;
Frei Durão é o escritor
Nascido em Minas Gerais;
Que “Caramuru” compôs,
Nele “Os Lusíadas” foi
Imitado até demais.
O seu fim aconteceu
Na era mil e oitocentos
E trinta e seis foi o ano
Desse acontecimento;
“Os Suspiros e Saudades”,
De Magalhães, o Gonçalves
Moderou o movimento.
Agora vou terminar
O meu cordel-literário;
Deixando pra quem gostou
Meu muitíssimo obrigado.
Quem não gostou leia mais
Livros, revistas, jornais,
Pra ficar mais informado.

Arcadismo

  • Origem 

 O Arcadismo, também conhecido como Neoclassicismo, surgiu no continente europeu no século XVIII, durante uma época demudança da burguesia e de seus valores sociais, políticos e religiosos. O nome originou-se de uma região grega chamada Arcádia (morada do deus Pan). Os poetas desta escola literária escreviam sobre as belezas do campo, a tranqüilidade proporcionada pela natureza e a contemplação da vida simples. Portanto, desprezam a vida nos grandes centros urbanos e toda a vida agitada e problemas que as pessoas levavam nestes locais. Os poetas arcadistas chegavam a usar pseudônimos (apelidos) de pastores latinos ou gregos. No Brasil, o arcadismo chega e desenvolve-se na segunda metade desse século. É também neste momento que ocorre a difusão do pensamento iluminista, principalmente entre os jovens intelectuais e artistas de Minas Gerais. Desta região, que fervia culturalmente e socialmente nesta época, saíram os grandes poetas.


  • Características do Arcadismo 

O arcadismo constitui-se numa forma de literatura mais simples, opondo-se aos exageros e rebuscamentos do Barroco. Os temas também são simples e comuns aos seres humanos, como o amor, a morte, o casamento, a solidão. É a "aurea mediocritas" que simboliza a valorização das coisas cotidianas, focalizadas pela razão. Além disso, diante da efemeridade da vida, defendem o "carpe diem", pelo qual o pastor, ciente da brevidade do tempo, aproveita o momento presente.
As principais características das obras do arcadismo brasileiro são: valorização da vida no campo, crítica a vida nos centros urbanos (fugere urbem = fuga da cidade), uso de apelidos, objetividade, idealização da mulher amada, abordagem de temas épicos, linguagem simples, pastoralismo e fingimento poético (uma vez que esses autores viviam nos centros urbanos e, burgueses que eram, ali mantinham os seus interesses econômicos. Por isso justifica falar-se em "fingimento poético" no arcadismo fato que transparece no uso dos pseudônimos pastoris.)


Concordância

1) Regra geral: Sempre conversando, elas chegaram ao pequeno largo da Alegria.

sujeito: elas/3° pessoa do plural  
verbo: chegaram/3° pessoa do plural  

2) Pronomes relativos 'que' e 'quem': Sabe que em Ouro Preto todas as pessoas devem pertencer a uma determinada irmandade? 

antecedente: sabe

3) Expressões partitivas + palavra no plural: Entretanto, o que mais chamou a atenção dela foi uma série de fantoches dependurados na parede. 

expressão partitiva: uma série de
palavra no plural: fantoches

4) Regra geral: Eu estou segurando José Álvares Maciel.

sujeito: eu/1° pessoa do singular
verbo: estou/1° pessoa do singular

Quem é Dirceu?

Deitada na cama, Lília mordia a ponta da esferográfica. Lá fora caía a chuva, lavando as ruas para o dia seguinte.
"Quem será Dirceu?" - perguntou-se Lília, pensativa.
De repente, ela começou a escrever:
"Os chafarizes, as pontes, os regatos, as esquinas, aqui, eles falam!
Nas sombras dos janelões e portas das velhas casas, o fantasma da História passeia, procurando ouvintes...
A carinhosa chuva lava os telhados que se apoiam, unidos como crianças de mãos dadas. Em casa pedra-saudade destas ruas, eu vi e ouvi a dança dos anos; a dança da alegria triste e da tristeza alegre; a dança dos grandes amores!
Quem foi Gonzaga? Quem foi Dorotéa? E onde estão... agora?
E quem será... Dirceu?"

Ficou escutando a chuva pingando até adormecer.
Na manhã seguinte, Lília despertou e voou para a cozinha. Terminando o café, Lília disse que ia dar uma volta. Ia sair sozinha. 
"Quem é Dirceu?" - perguntava. Por que estava tão interessada em conhecer Dirceu?
- Estou parecendo uma boba! - disse irritada.
- O quê? - perguntou um rapaz encostado na parede.
- Desculpe! -pediu. - Comecei a conversar sozinha.
- É o ar! - respondeu o rapaz sorrindo.
Começou a descer a ladeira pelo meio da rua. Parou em frente à casa onde havia estado na véspera. Lá de dentro vinha o som de flauta.
- Licença? - pediu, sentindo o coração disparar.
Nenhuma resposta. O silêncio era quebrado somente pela melodia.
E então, empurrando a porta, entrou no salão de fantoches.

O Teatro de Fantoches do Grupo Pedra-Sabão

Igreja de São José
Lília e Tampinha atravessaram a ponte dos Contos e seguiram pela rua Tiradentes. No alto do morro erguia-se a igreja de São José. Não haviam caminhado muito, quando Tereca e Tunica apontaram à porta de uma casa.

- Venha conhecer a sede do nosso Grupo Pedra-Sabão.
Tereca foi entrando e chamando por dona Maria do Carmo.
-Como vêm muitos turistas a Ouro Preto e todos querem conhecer nossa história, resolvemos formar o teatro de fantoches para representar a história de Ouro Preto.

Tampinha e Tunica realizaram uma pequena apresentação e saíram rindo detrás do palco. Com isso, Lília analisou os fantoches e conversou com dona Maria do Carmo, que é a costureira do grupo.


- Não foi tão difícil fazer os trajes! O Dirceu, meu filho, desenhou os modelos. Foi assim, que conseguimos montar todos os fantoches.
- Não fosse o Dirceu, a gente nunca teria feito nada - comentou Tampinha. - Toda a ideia foi dele.
- Pena que meu filho não está em casa - disse dona Maria do Carmo.
- Que pena mesmo! - murmurou Lília.